A categoria de serviço pessoal e mineração na De Procuranda Indorum Salute de José de Acosta (1588)

Resumo

Este artigo aborda o pensamento político-teológico de José de Acosta (1540-1600) sobre o trabalho indígena em sua obra De Procuranda Indorum Salute (1588), analisando sua relação com a exploração mineira e a missão evangelizadora na América colonial. Destaca-se como Acosta, embora crítico de abusos, justificou o trabalho forçado remunerado na mineração, agricultura e serviços domésticos como ferramenta de disciplina necessária à conversão ao cristianismo e à formação de uma sociedade colonial. Sua visão providencialista considerava a mineração crucial para a permanência da obra apostólica e para disciplinar os povos indígenas, preparando seus corpos e mentes para receber o Evangelho. O artigo argumenta que Acosta pensa em tempo real as radicais transformações que presencia, revelando conexões entre a modernidade colonial, as origens do capitalismo e a missão evangelizadora, onde exploração econômica e salvação de almas se consideravam entrelaçadas.