Mulheres mineiras da Montanha Vermelha, 1975-2022
DOI:
https://doi.org/10.52024/whyma678Palavras-chave:
Cerro Rico, COMIBOL, domesticidade, llampiras, memória coletiva, mulheres mineiras, palliris, Potosí, serenasResumo
Este artigo examina a trajetória das mulheres mineiras de Potosí (palliris, llampiras e serenas) a partir de fontes documentais e relatos de vida, com três eixos de análise: memória, trabalho e género. A memória destas trabalhadoras nutre-se das suas raízes camponesas e da experiência mineira, expressando-se em objetos, símbolos e narrativas que conectam passado e presente. No âmbito laboral, estas mulheres participam tanto em trabalhos extrativos como em tarefas de seleção e resguardo, enquanto também assumem responsabilidades domésticas e de criação que configuram múltiplas jornadas. No referente ao género, os discursos institucionais da década de 1960 situavam-nas principalmente como donas de casa e mães, em contraste com a sua agência em associações e as suas demandas de direitos. A feminização do Cerro Rico, refletida em virgens, festividades e denominações de bocas de mina, transforma um espaço historicamente masculino. Mesmo com iniquidades persistentes, as trabalhadoras consolidaram um sentido de pertencimento e comunidade, projetando para os seus filhos horizontes de mobilidade social e reconfigurando a memória e a identidade mineira da Montanha Vermelha.
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